segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Soneto 17
Quem crerá nos meus versos algum dia,
Se tanto louvam tuas qualidades?
Mas sabe o céu que são a tumba fria
A te esconder a vida e só a metade
Dizem de ti. Se teus olhos, somente,
Ou tuas graças todas eu cantasse,
O futuro diria: “O poeta mente,
Que o céu não toca assim humana face.”
E então os meus papéis já desbotados
Seriam - como velhos falastrões -
Encarnecidos e os teus dons deixados
No esquecimento de banais refrões:
     Mas terás, se um teu filho viver tanto,
     Dupla vida: no filho e no meu canto.


William Shakespeare

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